lundi 15 novembre 2010

21 Questões





É meu hábito desde que "blogo" fazer de vez em quando um artigo "21 Questions", inspirado das "20 Questions" que fecham habitualmente a revista VIBE. As minhas são 21, mas o princípio é o mesmo: assuntos que me interpelaram, divertiram, chocaram, nos mais variados temas, do mais sério ao mais ligeiro, uma divagação do meu espírito sobre coisas vistas, vividas, constatadas... Ora aqui vai o meu primeiro "21 Questões":



21- Aniversário de Independência, 35 anos, e calha quinta feira. Resultado: tolerância de ponto quarta à tarde, ponte sexta, fim de semana de 4 dias e meio para Angola festejar condignamente o seu dia Nacional. Pergunta: qual a taxa de absentismo nesta manhã de segunda?

20- Continuando nas comemorações do 35º, disse me um passarinho que as festas "privadas" durante o fim de semana prolongado em Luanda estavam a custar a módica soma de 15000 Kwanzas/pessoa (+/- $150). ESTAMOS A PERDER A NOÇÃO DO VALOR REAL DO DINHEIRO, não???? Não, né?... Já está perdida há algum tempo... num sei onde ando com a cabeça...

19- Por causa de uma alegada transacção suspeita (meros 50 milhões de dólares em benefício de uma conta privada! foi isso também que assustou os camones??), as contas da Embaixada de Angola em Washington (assim como as de 36 outras missões diplomáticas radicadas nos Estados Unidos, cada uma com as suas razões específicas que desconheço) foram encerradas pelos bancos americanos... Assim nos States num deram festa da Independência???????????? WINDECK!!!!!!!!!!

18- Como nem tudo é festa e alegria na vida, a semana passada houve uma manifestação de angolanos em Londres para pedir que justiça seja feita no esclarecimento das circunstâncias que levaram à morte do nosso concidadão Jimmy Mubenga aquando do seu repatriamento pelas autoridades inglesas. Porquê que o silêncio dos media se fez ouvir de maneira tão sonora?

17- Aquando da vitória de Angola no último Afrobasket, Vitorino Cunha, ex-treinador nacional que dispensa apresentação (levou a selecção de basket aos Jogos Olímpicos de 1992) afirmou que a hegemonia angolana no basket africano estava mais ameaçada do que nunca, pois as estruturas de captação de talentos, de formação, e a valorização dos quadros nacionais a todos os níveis estavam em declínio. Aparentemente, é válido para o desporto nacional de modo geral. Alguém está a fazer algo por isso? FEDERAÇÕES, é só pagar milhões a estrangeiros (já que os angolanos não têm direito a somas avultadas), e os resultados, NADA?



16- Manute Bol. Dikembe Mutombo. Didier Mbenga. DeSagana Diop. Serge Ibaka. Todos jogadores de basket africanos que evoluiram ou evoluem actualmente na NBA. Angola, com a hegemonia que tem sobre o basket continental, nunca conseguiu fazer integrar UM jogador no círculo dessa Elite NBA. PORQUE SERÁ???

15- Alguém tem notícias de um seleccionador para a Equipa Nacional de futebol? Não, porque, sem querer avançar-me muito, acho que mais cedo ou mais tarde, vamos ter que parar de brincar de malucos, se quisermos dizer que existe futebol em Angola, não?...

14- A partir de 2012, uma fábrica da Mercedes vai funcionar em Angola, na ZEE de Viana. Numa primeira fase, vão fazer camiões e autocarros... Daqui a quanto tempo é que vamos começar a ter SLK made in Angola?

13-.......................................................................................................................................................? (questão reservada ao comentário sobre a recente entrevista do jornalista Rafael Marques à TSF, Lisboa. Como 13 é um número que para os supersticiosos dá azar...)


12- Para quem vive fora de Angola, existe a TPA Internacional para manter um laço de proximidade com a terra, ter notícias ao quotidiano, seguir o que se passa. Mas com TANTO programa musical e de entretenimento (jovem mania, revista musical, alto nível, sempre a subir, tchilar, flash, hora quente, sexolândia... ) para apenas dois de debates onde se discutem temas de sociedade com alguma seriedade e rigor informativo (...) que são "Janela Aberta" e "A Grande Entrevista", será que a Diáspora tem uma visão suficientemente abrangente do que se passa HOJE em Angola, dos reais desafios que enfrenta o País?

11- E mesmo que a cultura seja necessária e útil e bem-vinda em qualquer sociedade, porquê que nos programas acima citados não se deu a DEVIDA COBERTURA a eventos de vulto que decorreram e decorrem em Angola, como o Luanda Jazz Festival ou a Trienal de Luanda? Será que a cultura hoje reduz-se ao Kuduro?



10- Massalo, jovem fotógrafo angolano, lançou em Setembro um livro de fotografias de nus artísticos a preto e branco, enaltecendo a beleza da mulher angolana. Dos shoots à edição e à pós produção, 100% MADE IN ANGOLA. Alguém duvida ainda que com vontade, se pode fazer TUDO no nosso País?

Angola está na blogosfera. Não, não é uma questão.

08- Serei o único curioso em ver o tão publicitado, falado, promovido filme de Mário Bastos, "Alambamento"? Quando é que ele estará terminado e nas salas?



07- Almir Agria, reputado locutor de rádio e apresentador televisivo da nossa urbe, depois de uma tentativa falhada de incursão no vídeo amador para adultos, desapareceu da circulação. A família da menina que aparece no filme com ele intentou-lhe um processo por violação (!!!!!!!!!!!!!!) e difamação, mas as autoridades desconhecem o seu paradeiro para lhe fazer chegar a notificação do tribunal... Avilo, aplicaste uma Bin Laden ou quié? Sai lá da gruta, pá!Assume o teu barulho!

06- Quantos de vós, concidadãos, compatriotas, tem em sua posse, leu ou percorreu a Constituição que entrou em vigor no princípio do ano? Não que tenhamos todos que a conhecer de cor, mas por vezes é salutar compreender o funcionamento das instituições que regem a sociedade, e nós temos a sorte de as ter novinhas em folha, de assistirmos ao seu nascimento...(Ei-la: http://www.comissaoconstitucional.ao/pdfs/constituicao-da-republica-de-angola.pdf)



05- Há alguns anos que se vem falando nesse projecto, até que caiu no esquecimento. O Troufa Real* tem lá as pancadas que tiver, mas em alguns assuntos sabe o que diz; ele fez há alguns anos proposta de criação de uma nova capital para Angola, já que, segundo as suas palavras, "Luanda é um barril de pólvora prestes a explodir". Hoje mais do que nunca dá-se-lhe razão quanto à sua análise da situação, mas... ficamos mesmo por aí?

04- Ladjum, Windeck, do Cambuá, Prakatumba... O kuduro estará a criar uma língua própria à sua corrente musical?

03- As revistas portuguesas, com especial destaque para a Visão e a Sábado, têm tido o (mau) hábito de fazer dossiers especiais sobre Angola, o quanto gastam os angolanos em Portugal, o quanto Angola é o novo El Dorado para os investidores ou aventureiros portugueses... Não que seja em si errado noticiar factos, analisar situações que estão em pleno na actualidade; mas todos os dois números de cada há um artigo do género, nem sempre bem documentado ou argumentado. Não será uma forma pouco subtil de condicionar a opinião pública portuguesa em relação aos angolanos? Veicular a ideia de que somos todos ricos, que lá apanha-se diamantes na rua e se fica milionário em 6 meses parece-me tão nefasto para os angolanos a viver em Portugal e que enfrentam as mesmas dificuldades que os demais, como para os portugueses que, esperançosos e fugindo a crise, se lançam rumo a Angola sem ter noção da realidade que vão encontrar...



02- Porquê que, mesmo depois de MUITO TEMPO DE ESCUTA PROLONGADA E REPETIDA, eu não me canso do álbum "Nós os do Conjunto"? E porquê que ele ainda não chegou a Portugal??????



01- Se é dreda ser angolano, deve ser ainda mais dreda ver o "Mambo Tipo Documentário" que retrata essa "dredice", não? À venda onde se encontrar...

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*José Troufa Real, arquitecto português, antigo professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, foi director do plano de urbanização de Luanda em 1973, e foi até hoje o único indivíduo que se saiba que tentou apresentar junto da UNESCO uma proposta visando a introduzir o património arquitectónico de Luanda na lista de obras a proteger, numa tentativa de evitar "um crime que está a ser cometido diariamente e que tem que ser travado": a destruição do dito património e a descaracterização da capital angolana.

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