COMUNICADO
É com grande seriedade e profissionalismo que Angola, como o resto do planeta, encara a triste e fatal realidade do Fim do Mundo, tal como previsto no calendário Maya. Um evento desta importância não deixa de ser uma ocasião única para o nosso País dar mais uma vez provas da sua maturidade política e social. É pois, com o esforço conjugado de todos os angolanos e do Executivo sob firme e clarividente condução de sua Excelência Camarada Presidente José Eduardo dos Santos, que levaremos a nossa jovem Nação a mais este patamar importante na cena Internacional.
Não obstante a vontade e o esforço ingente de toda a equipa governativa, alguns obstáculos persistem em elevar-se no nosso caminho. Problemas de ordem técnica, logística e humana impedem-nos de cumprir com a meta imposta do dia 21 de Dezembro de 2012.
Um pouco por toda a parte no nosso glorioso País, constata-se a recrudescência de actos de sabotagem a vários níveis, impossibilitando-nos de ter as condições reunidas para receber o evento acima mencionado. Chegou ao nosso conhecimento que um ataque concertado a várias estações e postos de distribuição de electricidade provocou problemas graves na rede de distribuição da mesma, pelo que as províncias de Cabinda, Zaire, Uíge, Bengo, Luanda, Malanje, Lunda Norte, Lunda Sul, Kwanza Norte, Kwanza Sul, Benguela, Huambo, Bié, Moxico, Namibe, Huíla e Kuando Kubango não se encontram capacitadas para condignamente e sem riscos para a população, acolher nas melhores condições o Fim do Mundo. O Cunene é a única província com fornecimento eléctrico (vindo da Namíbia) suficiente para o efeito. Um investimento à altura de 127 mil milhões de dólares, em parceria com a China-Bling-Bling e a Israelight Corporation, permitirão a resolução do problema nas províncias de Luanda, Cabinda, Malanje, Huíla, Lunda Norte e Benguela em 2031 numa primeira fase, sendo necessário para a segunda e derradeira o dispêndio de 300 mil milhões de dólares adicionais até 2047.
Quanto ao fornecimento de água potável, é de realçar que a violência extrema das recentes tempestades que se abateram sobre o território Nacional provocou perdas materiais consequentes nas redes de distribuição. A EPAL, após estimativa dos danos, aponta o horizonte 2017 como data expectável para vermos o problema solucionado nos principais centros urbanos do País. Para a província do Namibe, cuja bacia hidrográfica escassa e composição desértica do solo se elevam como desafios suplementares, está previsto um investimento de 4 mil milhões de dólares em aparelhos de dessalinização de água do mar, a fim de optimizarmos este recurso natural numa província com vasta linha litoral. Prevê-se que a operação de transformação, assim como a capacitação de técnicos nacionais para operarem com o material de ponta, permitam já no ano de 2018 fornecer 37% da província com água potável extraída do mar, o que fará de Angola uma referência na matéria na África Austral.
Todas estas medidas, temos consciência, necessitarão de um tempo mais longo do que aquele que nos quer deixar o calendário apocalíptico, pelo que vimos por este meio informar que o fim do mundo em Angola terá de ser adiado sine die, visto não termos estrutura nem estarmos preparados para receber este evento... O executivo quer criar as condições necessárias para que não falte pelo menos água e luz a todos os cidadãos angolanos, para que possam iluminar os seus derradeiros momentos na maior tranquilidade possível. Queremos também incitar cada angolana e angolano a dar o seu contributo nesta acção de vulto, que não se fará sem cada um de nós. Vamos todos unir esforços, dar as mãos num acto de solidariedade, para que o Fim do Mundo em Angola seja um evento que marque as memórias e sirva de referência para as gerações vindouras no respeitante à nossa capacidade de organização e gestão de crise.
Angola faz, Angola faz. Mas sempre e cada vez mais, COM A SUA GENTE!